
OSCAR 2006 - O TEMPO PASSA E TUDO CONTINUA AINDA TÃO ERRADO!!

O bom, o mau... que feio!
Há cerca de um mês, quando Crash foi eleito como pior filme do ano pela Liga dos Blogues Cinematográficos, eu me senti orgulhoso. Fiquei orgulhoso de, além de mim, a maior parte dos meus colegas terem percebido como o filme de Paul Haggis é um embuste. O Alfred de pior filme tinha desmascarado o texto ruim de um filme que se vendia pelo quão revelador ele era, que se erguia pela denúncia da intolerância étnica e pela indignação com relação ao jogo de poder que manipula a América e o mundo. Um filme que se vendia. E para vender seu filme, o diretor de Crash, o autor de Crash jogou o mais baixo que pode: quis determinar que ninguém escapa do destino de pecar, de ser mau, de se corromper. A corrupção (não a monetária e sim a moral) é questão de tempo. Paul Haggis provavelmente acredita no que escreveu talvez por ser o caso dele.Os Estados Unidos são o país mais frágil do mundo. Haggis não teve grandes dificuldades de convencer este país de como sua história era importante. Cooptou astros diversos, de Matt Dillon a Brendan Fraser, de Don Cheadle a Sandra Bullock. Quando estreou, caiu nas graças da crítica, que enxergava no filme um exemplo corajoso de manifestação política. Este abraço a Crash somente ganhou força quando se descobriu que 2005 era um ano de contestação. Era um ano de projetos engajados, de ousadia, de posicionamento social. Um a um, caíram todos os grandes favoritos a filme do ano. Num ano em que George Clooney faz um maravilhoso libelo contra o macarthismo por que se importar com as memórias plastificadas de uma gueixa quase ocidental? Num ano em que Steven Spielberg acusa sua própria etnia de intolerância qual a relevância da história de Pocahontas? Num ano em que Ang Lee faz de um conto de amor entre dois homens uma história de amor universal seria preciso dezenas de macacos gigantes para chamarem mais atenção.

0 Comments:
Postar um comentário
<< Home