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AMOR NATURAL CULINÁRIA

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quinta-feira, setembro 14, 2006

100 ANOS DO VOO DO 14 BIS - VAMOS LEMBRAR SANTOS DUMONT??

Amor Natural

Em 2006 comemoramos o Centenário do Primeiro Vôo Autônomo ( Sem Catapultas !)
do 14 BIS de nosso Santos Dumont!!

No ano de 1906, no dia 14 de setembro, o brasileiro Santos-Dumont assombra a população de Paris ao levantar vôo com um aparelho mais pesado que o ar. Por esta e outras invenções, Santos-Dumont é considerado, por muitos, o Pai da Aviação.

A segunda metade do século XIX é uma época marcada por novidades científicas. Nos Estados Unidos, Thomas Edison inventa o primeiro gravador de som - o fonógrafo - e a lâmpada elétrica incandescente. Em Paris, os pioneiros da fotografia dão seus passos iniciais, e os Irmãos Lumière apresentam os primeiros filmes de cinema que se conhece.

A invenção tecnológica estava nas cabeças dos homens do século XIX. O escritor Júio Verne inaugura um novo gênero literário: a ficção científica. A obra de Júlio Verne influenciou fortemente a formação do menino Santos-Dumont.

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Alberto Santos-Dumont nasce em 1873 na Fazenda Cabangu, interior de Minas Gerais. Ainda adolescente, vai para a França estudar Física, especialmente eletricidade e mecânica. Com o apoio do pai, engenheiro, construtor de ferrovias e próspero fazendeiro de café, Santos-Dumont envereda pelas pesquisas aeronáuticas.
Em 1898, aos 25 anos de idade, voa sobre Paris num balão esférico de vôo livre, chamado BRASIL. Mas o objetivo de Santos-Dumont é conseguir controlar o vôo. Começa a construir um balão equipado com pequeno motor a explosão. Trabalha em sua oficina com um grupo de colaboradores.

Em 1898, mesmo ano do Balão Brasil, Santos-Dumont percorre o céu de Paris com o seu dirigível número um. Ao primeiro dirigível sucedem-se outros, mais aprimorados.

Em 1901, a primeira grande façanha. Santos-Dumont contorna a Torre Eiffel e volta ao ponto de partida em menos de 30 minutos. É grande a popularidade que Santos-Dumont conquista entre os franceses. Multidões acompanham as experiências com seus inventos.

Em 1903, Santos-Dumont põe sua frota de balões à disposição do ministro da guerra da França, para operações militares.

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Em 1906, Santos-Dumont tenta um feito inédito. Levantar vôo com um aparelho mais pesado que o ar, sem o auxílio de um balão. O 14-BIS , seu primeiro avião, é levado para o Campo de Bagatelle. A multidão acompanha curiosa. O 14-BIS se ergue a mais de dois metros do solo, ao longo de sessenta metros. É a consagração definitiva. A imprensa mundial noticia a proeza.
O 14bis não necessitava de veículo auxiliar. Desta vez Santos Dumont estava disposto a se elevar do solo contanto somente com o seu avião. Essa invenção, que o deixou famoso em todo mundo, possuía 11.20m de envergadura, 9.68m de comprimento, e 3.40m de altura. A superfície total era de 79.60m2.

Os lemes de direção e profundidade foram colocados à frente da aeronave, numa concepção contrária a de hoje, isto é, as asas do 14bis ficam atrás, com o motor, enquanto a "cauda" situava-se a frente, ou seja, o conjunto em forma de "T", sendo que a cauda desse "T" constituía a parte da frente do aparelho.

Na conjunção dos braços encontrava-se o motor. Inicialmente, o 14bis apresentava trem de pouso com 3 rodas; posteriormente, Santos=Dumont retirou a roda traseira. Essas rodas não eram senão simples rodas de bicicletas, distantes, entre elas, apenas 70cm.

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O motor a gasolina do tipo "Antoinette", construído por Leon Levavasseur, era em "V" com 8 cilindros (4 de cada lado) e tinha inicialmente uma potência de 24 HP funcionando a um regime de 1000 rpm (rotações por minuto).
O leme dianteiro, todo em seda japonesa, movimentava-se em todas as direções, tendo 3m de largura por 2m de comprimento e 1,50m de altura.
Os franceses apelidaram aquele estranho aparelho de "oiseau de proie" (ave de rapina), ou "canard", devido a semelhança com um pato. Os ingleses denominavam-no como "bird of prey"

Ficha Técnica:
Comprimento: 9.68 m
Altura : 3.40 m
Envergadura: 11.20 m
Área Alar: 79.60 m2
Peso Vazio: 160 kg
Peso Carregado: 300 kg
Veloc. Decol.: 40 km/h
Altitude: 6 m
Motor: Levasseur "Antoinette"
Potência: 50 HP
Carga Alar: 4.00 kg/m2
Peso/Potência: 6,37 Kg/HP



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A novidade seguinte é é um pequeno avião apelidado pelos franceses de Demoiselle. Com 110 quilos de peso, o Demoiselle é construído com um eixo de bambu.

Santos Dumont é também autor de outros inventos menos conhecidos, como o Deslizador Aquático. Também é de sua autoria o relógio de pulso - uma forma por ele encontrada para melhor controlar o tempo de vôo.

Em 23 de julho de 1932, aos 59 anos, Santos Dumont suicida-se num quarto de hotel, na praia do Guarujá, litoral paulista. Sua obra contribuiu definitivamente para o desenvolvimento da aviação.

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Crônica "Paulicéia Desvairada"
"Morreu no banheiro de um hotel de luxo, na praia, em Santos. Uma bela manhã de 23 de Julho, em 1932.
Os paulistas estavam rebelados desde o dia 9, contra o regime de Getúlio Vargas. Arrufos da elite, sabe-se.
No mesmo dia um homem entrou esbaforido no gabinete do chefe da revolução. Era gordo, poeta e tira. Um outro homem gordo, vesgo e general, com ar de arruaceiro de cervejaria alemã, o recebeu contrafeito.
O poeta-tira chamava-se Emílio de Menezes. O de cara de beberrão inconveniente era Bertoldo Klinger, que mais tarde iria tentar reformar outra coisa que o irritava profundamente além da democracia: a ortografia da língua portuguesa.
O gordo das musas de distrito, ignorando a rispidez do general, foi logo contando da tragédia. Alberto Santos Dumont, orgulho da pátria, acabara de cometer suicídio.
O general detestou saber que o alucinado inventor escolhera matar-se logo em plena revolução, ainda mais no banheiro de um hotel. Coisa mais suspeita matar-se num banheiro. Sabia que o suicida padecia de destelhámento do juízo, metia-se onde não era chamado e não andava ultimamente comportando-se como uma glória nacional.
Assim, antes que o caldo entornasse e a honra da pátria acabasse respingada, ordenou que fosse suspenso o inquérito policial e, da mesa de autópsia, saísse um cadáver com morte honesta e sem equívocos, como devem ser as mortes de grandes patriotas.
Era evidente que Alberto Santos Dumont, se abilolado não se encontrasse, jamais cometeria gesto tão impensado. Homens como ele morrem na cama para a consternação dos justos e exemplo à juventude.
Então, para arrematar, ordenou que, nos comunicados distribuídos à imprensa fosse suprimido um outro inconveniente biográfico. O homem morrera celibatário. Morrer solteiro, sem deixar viúva e numerosa descendência !
Como, no futuro, os mestres iriam explicar a solteirice do herói sem despertar suspeitas entre os pubescentes alunos? Melhor esquecer detalhe de somenos importância. E assim foi feito."


Fontes pesquisa:
TV Cultura / Site Cabangu
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