PT/ GOVERNO LULA EM DOIS ATOS! COMO NÃO FALAR NISTO??
Olá amigos, bom domingo!! Inspirada em inúmeros amigos deste blog, volto a falar da política brasileira, o que havia interrompido visto inúmeras críticas que recebemos do público alvo, por acharem que política não se mistura com culinária.
Mas às vezes não dá para nos omitirmos, somos cidadãos brasileiros! E lá vamos nós novamente, falar pelo menos das notícias mais interessantes que selecionamos:
PT/LULA 1
Esquerda passa a limpo governo Lula
A desilusão da esquerda nacional, agravada com a sucessão de denúncias de mensalões, mensalinhos, dólares na cueca e movimentações bancárias obscenas, enfim, rende frutos no debate econômico. Chega às livrarias a coletânea Adeus ao desenvolvimento: A opção do governo Lula (Ed. Autêntica), organizado pelo professor João Antonio de Paula.
Com artigos de nomes como Leda Maria Paulani, João Sicsú, Wilson Suzigan e Paul Singer, o livro traça um quadro crítico do governo Lula e tem o mérito de apresentar o ponto de vista de representantes do mundo acadêmico historicamente ligados ao PT, mas que, nos últimos três anos, foram deixados falando para as paredes.
Um dos pontos destacados é o transformismo das propostas petistas na iminência de chegada ao poder. Fernando J. Cardim de Carvalho reflete sobre a origem comum de PT e PSDB, ambos frutos de uma social-democracia pouco afeita a rupturas. Daí a ausência de surpresa diante da continuidade da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. Sicsú e Gilberto Maringoni vão na mesma direção.
''É inequívoco que o governo Lula se apoiou nos mesmos pilares teóricos do governo FHC para elaborar o seu modelo de política econômica.
Aliás, não precisou elaborar, apenas copiou. Logo nos primeiros dias e meses do novo governo, foram poucos os que perceberam que não haveria qualquer mudança substantiva na forma de condução da economia. Hoje há um consenso em torno deste tema e, ademais, o continuísmo é valorizado pelo PT como uma 'opção responsável'.
Surgiram à época em que a opção continuísta foi adotada, muitas teses governistas para justificá-la, todas metaforizadas:
'Não vamos reinventar a roda', 'nada de invencionismo', 'não vamos dar cavalo-de-pau em transatlântico' ou ainda 'o remédio é amargo, mas é necessário' (e, alguns iludidos custaram a perceber que era uma medicação de uso contínuo)'', assinalam.
Continuidade até nas contradições
O divórcio entre o histórico debate interno do partido e o pragmatismo do projeto de poder já havia sido percebido por muitos economistas de esquerda, especialmente a partir de 1994.
Mas os mais pessimistas dificilmente poderiam antever o culto a práticas visceralmente alienígenas ao partido. A administração petista mantém até as contradições do tucanato, como o aperto fiscal com juros altos, limitando-se a investir em um punhado de programas sociais, Fome Zero à frente, e contentando-se com crescimento mediano.
Está no livro também a decepção com a entrega de ministérios estratégicos para as políticas sociais, como o das Cidades ao PP do ex-deputado Severino Cavalcanti, e a inépcia de outras pastas, como a de Desenvolvimento Agrário. Mesmo Paul Singer, único autor ainda vinculado ao governo petista, embora aponte resultados positivos em programas de transferência de renda, lamenta a escassez de recursos imposta pela política de elevados superávits primários.
Relevado o ressentimento das viúvas do socialismo, resta um debate de suma importância para um país que vem se notabilizando pelo improviso e pelos remendos. Pena que, no comando do PT, a leitura não seja prezada.
Serviço: Adeus ao desenvolvimento: A opção do governo Lula pode ser encomendado pelo telefone 0800-283-1322; outras informações no site www.autenticaeditora.com.br
(Jornal do Brasil - Opinião 05/02/2006)
PT/LULA 2
Baixinho, gordinho e simpático
A professora do antigo grupo escolar fez a pergunta que todos os alunos da segunda série ouviram um dia: quais são os três poderes da República? A garotada daqueles cafundós no interior de São Paulo sofria de caipirice e não era lá essas coisas. Mas todos sabiam a resposta certa: “Executivo, Legislativo, Judiciário”.
Todos, menos um menino de 9 anos. Ele anotou no caderno três palavras – “baixinho, gordinho, simpático” sem parentesco com o que fora dito na aula sobre o tema. Com extraordinária concisão, descrevera a figura de Getúlio Vargas, presidente da República naquele junho de 1951.
Eleito pelas urnas, o chefe de governo tinha muita força. Nem de longe, porém, lembrava o onipotente ditador do Estado Novo.
Em 1945, a ressurreição da democracia havia restaurado as fronteiras entre os poderes. O presidente já não podia tudo. Mas o menino crescera ouvindo histórias dos tempos da ditadura.
Elas ensinavam que, durante oito anos, aquele homem baixinho, gordinho e simpático prendera e soltara, nomeara e demitira, mandara e desmandara. Getúlio – o gaúcho que gargalhava, o Gegê das marchinhas carnavalescas, o Velho recluso na fronteira – unificara todos os poderes. A resposta do menino, portanto, fazia sentido. Mais de meio século depois, poderá ser repetida no Brasil do Terceiro Milênio.
Como Getúlio, o presidente Lula é baixinho, gordinho e simpático. Como Getúlio, gosta de posar de “pai dos pobres”. Como Getúlio, ama intensamente o poder – e acha que o Legislativo e o Judiciário mais atrapalham que ajudam. O ditador removeu as pedras no caminho. Lula trata de manter sob controle os demais poderes. O Supremo Tribunal Federal já foi domado. A bancada governista é majoritária.
Até dezembro, Lula terá nomeado sete dos 11 ministros do STF. Antes da soporífera sabatina no Senado, o candidato ao STF é submetido a uma conversa sem testemunhas com o presidente. É difícil imaginar Lula interessado em questões jurídicas. O que lhe interessa saber é se o futuro ministro leva jeito para agir como um bom companheiro. Nem precisa ser um Nelson Jobim. Um Eros Grau está de bom tamanho.
Controlado o Judiciário, chegará a vez do Legislativo. Se ocorrer em outubro a dedetização do Congresso, o plano de anexação será neutralizado, mesmo que Lula se reeleja. Se os milhões de indignados anularem o voto, o governo correrá para a barraca de vendas e aluguéis instalada na feira do Congresso. Nesse tipo de negócio, o governo é do ramo. Paga o preço pedido. E os picaretas serão bem mais que 300.
AUGUSTO NUNES – JB - 12/02/2006
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