TRADIÇÕES DA PÁSCOA - VOCÊ CONHECE TODAS??
Sua origem é incerta.
Não se sabe exatamente quando, nem mesmo onde começou. um aspecto aparece, no entanto, em todas as versões, pesquisas, tradições ou mesmo lendas: o significado da Páscoa como uma festa universal, na qual os homens, independentemente de credo e origem, comemoram e louvam o próprio fenômeno da vida.
Assim, através dos séculos, todos os homens preparam-se para, nesta época do ano, universalmente render homenagem à ressurreição da vida. Mas, se o sentido da Páscoa é o mesmo em todas as regiões do mundo, isto não ocorre com sua origem, bastante diversa não só quanto à época exata em que começou a ser festejada, mas também em relação a seu significado inicial.
Entre informações históricas e um número infinito de lendas, conseguiu-se estabelecer que a primeira Páscoa foi celebrada no século 13 antes de Cristo, pelos hebreus. Esta é também reconhecida como a primeira versão da Páscoa com um sentido religioso. Moisés, antes de lançar a última das sete pragas sobre o faraó e o Egito, ordenou que cada família hebréia tomasse um cordeiro ou um cabrito e o sacrificasse no dia 14 do primeiro mês de cada ano. O sangue do animal deveria ser espalhado nas portas e a carne, assada, comida com pães azedos e ervas amargas. Com isso, a festa tomava um sentido de libertação e de nova era para o povo hebreu, o Pessach (Passagem-a libertação do povo da escravidão do Egito.)
As façanhas desta libertação são recordadas pelos judeus durante a semana da Páscoa, celebrada pelos judeus durante oito dias, em que muitos judeus de todo o mundo viajam para Jerusalém. Durante toda a semana, que precede a Páscoa, em restaurantes ou nas casas a páscoa é celebrada com uma ceia familiar em que os alimentos se assemelham aos que os judeus teriam comido antes do dia da fuga do Egito. E nesta ceia se serve carne de cordeiro, ervas amargas, pão não fermentado, vinho puro, ovos e diversos molhos.
Cada alimento possui uma simbologia profunda, relacionada com a história do povo judeu, suas lutas pela liberdade e a constituição da identidade do povo, que se estabeleceu na terra prometida e possui os livros sagrados da Torah, a bíblia, que os cristãos denominam de Antigo Testamento, ou Primeiro Testamento.
Hoje a Páscoa judaica é fundamentalmente uma festa da família, em que o pai conta aos filhos e netos história da conquista da liberdade de seu povo e fala das bênçãos de Deus. Passando pelos restaurantes de Jerusalém, na semana da Páscoa judaica, o ambiente demonstra muita alegria, e são servidos muitos copos de vinho. É uma festa de reencontro das famílias, de amor às tradições de um povo que possui uma história de 4.000 anos.
Neste mesmo tempo da páscoa, os milhões de judeus, espalhados pelo mundo inteiro, celebram a páscoa, em família, como se estivessem em Jerusalém, como que se transpondo para os tempos de Moisés, sentindo-se como se também eles se estivessem libertando da escravidão do Egito.
Bastante diferente, mas também muito difundida, é a versão de que a Páscoa teria origem entre os povos nórdicos, não com um sentido religioso, mas como uma manifestação coletiva de agradecimento à terra pelas colheitas e, ao mesmo tempo, um festejo à primavera que se aproxima, nesta época, naquela região.
Sob esse aspecto, seria então a Páscoa uma festa pela prosperidade e, em síntese, pela própria vida, consubstanciada na íntima união entre o homem e a terra.
Ovo, o símbolo da Páscoa
Outro povo que há milênios comemora a Páscoa como uma festa de prenúncio da primavera é o chinês, que seria também o criador do costume de se dar ovos como presente de Páscoa, significando, desse modo, a renovação da vida. Mas, como em relação à Páscoa várias são as explicações e lendas, há também quem afirme ter surgido o costume de se dar ovos entre egípcios e entre os povos teutônicos - povos germânicos da região do Báltico.
De qualquer forma, essa tradição atravessou séculos e o ovo passou a simbolizar a Páscoa, como a origem da vida e do homem.
Para os povos ocidentais (esta é uma das versões mais aceitas), o costume dos ovos de Páscoa teria sido trazido por missionários que visitaram a China, onde há muitos séculos já existia o hábito de se presentear os amigos com os ovos cozidos e coloridos, na Festa da Primavera do Hemisfério Norte, exatamente na época em que se comemora a Páscoa.
Os ovos eram enfeitados, a partir do cozimento com ervas que soltravam tintas fortes, entre as quais a fruta do tojo (que lhes dava uma cor amarelada), a beterraba e a casca da cebola.
Daí, na Idade Média, o ovo enfeitado, como um presente da Páscoa, juntamente com a imagem do coelhinho (representando a fertilidade), passou a simbolizar a própria data em si. E o hábito de confeitar os ovos de galinha ou pata logo evoluiu para os ovos de chocolate. No século XVIII, a Igreja adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo, santificando um costume originalmente pagão. Também na Era Georgiana, a arte da decoração dos ovos alcançou seu momento máximo, com reis e rainhas adotando como passatempo as coleções de ovos de ouro e de pedras preciosas.
Na evolução do costume de se presentear na Páscoa com ovos, durante algum tempo eles foram feitos de açúcar e enfeitados. Até que em 1828, mais ou menos quando começa a se desenvolver a indústria do chocolate, nasce o moderno ovo de Páscoa.
Os primeiros eram de chocolate escuro, recheados, mas bastante simples. A evolução rápida e o refinamento atingem o auge nas décadas de 1830 e 40, quando os ovos chegam a alcançar tamanhos gigantescos e são super-decorados. Já aí, à tradição da Páscoa está aliado um novo elemento, o chocolate, como fonte de alimento de alto valor nutritivo e energético, por conter hidratos de carbono, gorduras, proteínas, sais minerais e vitaminas.
Vale recordar que, no Hemisfério Norte, a celebração pascoalina ocorre em época geralmente bastante fria (o que justifica o maior consumo do chocolate), pois coincide com o final do inverno e o início da Primavera - esta mesmo a estação em que a Terra se despe da camada de neve e "volta à vida", reiniciando também um novo ciclo na Natureza.
Com o desenvolvimento da técnica industrial, os ovos de Páscoa passaram a ter uma produção padronizada e colocaram-se ao alcance de todas as famílias. Nesta época do ano não há quem não possa cumprir a tradição de presentear com os ovos de Páscoa, hoje em dia encontrados em tamanhos que vão desde os de quase cinco quilos até os pequenos, de apenas poucos gramas.
Uma festa diferente
Nem tudo, porém, se manteve na comemoração da Páscoa. De um lado, a vida moderna nas grandes cidades praticamente deu fim a um dos aspectos da festa da Páscoa. É que antigamente era costume na família os pais esconderem os ovos de Páscoa no quintal, para que os filhos os encontrassem. Hoje, esse hábito transformou-se e, quando muito, cultiva-se escondê-los dentro de casa, apesar de predominar o hábito de presenteá-los diretamente.
Outra tradição que também mudou bastante diz respeito à figura do coelho de Páscoa, escolhido entre todos os animais para simbolizar o fenômeno da fecundação, da fertilidade e, conseqüentemente, de perpetuação do homem na terra. Originariamente, dizem várias lendas, junto com o ovo de Páscoa era ofertado um coelho, um hábito que foi se transformando através dos tempos, até chegar aos coelhos de enfeite que hoje em dia acompanham os ovos de Páscoa.
Um fato, porém, atravessa os séculos - o profundo significado humanístico da páscoa, um momento - como observou o Papa Paulo VI - muito próprio para que todos os homens, de todos os credos e povos, recordem o seu significado, como símbolo de liberdade e esperança para a Humanidade.
Desta forma se exalta a vida e não a morte. E a humanidade é convidada a valorizar tudo o que favorece a vida, que para todos é um dom de Deus.É uma festa com forte apelo ao engajamento por tudo que engrandece o ser humano, pois o seu destino último é uma vida feliz no mundo de Deus. E esta vida feliz já deve se manifestar aqui e agora.
Fonte: Novo Milênio
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home