>

AMOR NATURAL CULINÁRIA

Este é o lugarzinho do AMOR NATURAL CULINÁRIA, TREINAMENTOS E SERVIÇOS. Aqui vou postar receitas, dicas de culinária nacional e internacional,enologia, etiqueta, economia doméstica e tudo de importante para os amantes da gastronomia, além de literatura, notícias importantes,fotos e desenhos e tudo que possa interessar aos amigos que me visitam ! Sejam bem-vindos !!

"Click here and translate this page to English language"

terça-feira, abril 18, 2006

CUBA - SOCIALISMO OU DITADURA COM PODER DE FIDEL CASTRO??


06/04/2006 - 45 anos da invasão da Baía da Ilha dos Porcos - Cuba(Guerra Fria)
O INÍCIO DA ERA DITATORIAL DE FIDEL CASTRO

A ação desastrada dos Estados Unidos, perpetuou a ditadura em Cuba, com Fidel Castro por mais de 40 anos no poder. O que você acha desta ditadura?? O que você acha do povo tentando, a qualquer custo, fugir do país de Fidel?? Tenho a minha opinião: Ditadura jamais, em qualquer lugar, o ser humano tem direito à liberdade e a escolha de seus governantes! E qual é sua opinião??

Ao contrário do que normalmente se imagina, a revolução cubana de 1959 não assumiu desde o princípio um caráter socialista. Para uma melhor compreensão dessa revolução, devemos analisar, mesmo que de forma panorâmica, a história de Cuba após sua emancipação política em relação à Espanha. Desde a conquista da independência em 1898, essa ilha caribenha caíra sob a brutal influência norte-americana, situação legitimada na constituição cubana pela emenda Platt. A ilha se encontrava na mais completa subordinação aos interesses do imperialismo de seu vizinho mais poderoso. A principal atividade econômica cubana, a produção de açúcar, era em grande parte controlada por empresas norte-americanas, proprietárias de latifúndios e usinas. O mesmo quadro era verificado no setor de turismo, outra atividade econômica importante do país. Para assegurar os interesses de suas empresas, o governo norte-americano patrocinava sucessivas incursões militares e financiava diversos ditadores locais. Como aponta Ana Maria dos Santos, Cuba era um país de faz-de-conta. Um verdadeiro playground para os norte-americanos, uma ilha perfeita para que estes se divertissem, cometessem os mais diversos crimes e lucrassem em cima do trabalho de um povo miserável e sem assistência por parte do Estado, que passou a ser dirigido em 1934 por Fugêncio Batista.
O Movimento Revolucionário 26 de julho, liderado por Fidel Castro, assume a luta armada contra Batista empunhando uma bandeira nacionalista e democrática. Este não foi o primeiro movimento com esse caráter em Cuba, mas foi o único que logrou sucesso em conquistar amplo apoio do campesinato na luta contra os interesses norte-americanos.
E tão logo conquistou o poder, os revolucionários assumiram atitudes que contrariaram os interesses norte americanos. Por exemplo, os latifúndios, boa parte deles em posse de empresas americanas, foram alvo de uma ampla reforma agrária em benefício dos pequenos camponeses.
Outra medida nesse tom foi a nacionalização de diversas empresas estrangeiras.

Che- Grande líder da Revolução Cubana

Como normalmente se observa na história dos Estados Unidos, o governo norte-americano não soube interpretar o que ocorria na ilha e enxergou o nascimento de um Estado comunista sob suas barbas. Feito tal diagnóstico, começaram as pressões. Os norte-americanos passaram a apoiar a contra-revolução. A ilha foi bombardeada por aviões que decolavam da Flórida, navios cubanos foram sabotados, o fornecimento de petróleo foi cortado e a Standard oil e a Shell se recusaram a refinar o petróleo que os cubanos começaram a comprar da União Soviética a um preço “camarada”. Aos poucos, Moscou se aproximava de Havana e inseria a revolução cubana de vez no cenário da Guerra Fria. Mesmo se aproximando da URSS, Cuba afirmava seu interesse de manter negociações com os Estados Unidos. Mas o Tio Sam não correspondeu ao aceno cubano e manteve-se rigidamente empenhado em lutar contra o “perigo vermelho”. As cotas de açúcar compradas dos cubanos foram reduzidas e a ilha foi expulsa da Organização dos Estados Americanos. A atitude mais radical de Washington foi financiar uma operação clandestina de invasão da ilha. A CIA se ocupou de treinar e armar refugiados cubanos e enviá-los a Cuba para derrubar o governo revolucionário. Entretanto, a Invasão da Baía dos Porcos em abril de 1961 mostrou-se um fiasco e contribuiu para a decisão dos revolucionários de assumirem o socialismo como principal bandeira do movimento. Em 1º de maio de 1961, em meio ao bloqueio comercial imposto pelos Estados Unidos e ciente de que os ventos da Guerra Fria sopravam em direção à ilha revolucionária, Fidel Castro afirmou o caráter socialista da revolução cubana.

“Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Até fui lá, falei, expliquei nossos objetivos. (...) Mas os bombardeios, por aviões americanos, de nossas fazendas açucareiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de sanções econômicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo”.
(Fidel Castro, a Louis Wiznitzer, enviado especial do GLOBO a Havana, em entrevista publicada em 24 de março de 1960).

Desta forma, uma revolução autônoma passava a se inserir no grande mapa estratégico da Guerra Fria. Afinal de contas, um governo de orientação marxista-leninista se instalara a poucas milhas dos Estados Unidos, criando uma importante região estratégica para os soviéticos. Assim sendo, em 1962, Moscou reconheceu Cuba como um regime socialista e pouco depois instalou mísseis atômicos na ilha. Quando os satélites norte-americanos detectaram a presença dos mísseis soviéticos, o mundo mergulhou em treze dias de puro pavor. Estávamos à beira de uma guerra nuclear que poderia por fim a aventura da humanidade. A reação de Kennedy foi decretar um bloqueio naval a Cuba e exigir a imediata retirada dos mísseis. Krushev não respondeu aos apelos dos Estados Unidos rapidamente, o que contribuiu para aumentar a tensão internacional. Entretanto, o líder soviético indicou que retiraria os mísseis caso a Casa Branca se comprometesse a não mais invadir o território cubano. Posteriormente, Krushev reivindicou também a retirada dos mísseis norte-americanos da Turquia. O acordo foi selado e os mísseis foram retirados de Cuba sob a inspeção da ONU. Porém, como foi secreto, Kennedy, posteriormente, ignorou a segunda parte deixando Krushev mal visto pelos comunistas de todo o mundo.


Fidel Castro e Krushev

O movimento comunista enxergou o desfecho dessa crise como uma derrota da União Soviética. Entretanto, o exemplo da revolução cubana, mesmo após sua instrumentalização no xadrez estratégico da Guerra Fria, passou a povoar os sonhos de incontáveis mentes revolucionárias por toda a América Latina. Em seus passos iniciais, Fidel Castro e seus companheiros barbudos mostraram que era possível a construção de uma realidade social mais justa através do socialismo mesmo nas cercanias do Tio Sam.
(NE: o que não se concretizou com o passar dos tempos, numa realidade ditatorial e de pobreza da população, num regime de mais de 40 anos nas mesmas mãos!)

Cronologia:
1898: Independência de Cuba.
1901: Constituição cubana e Emenda Platt.
1934: Fugêncio Batista assume o poder.
1953: Tentativa de revolução liderada por Fidel Castro fracassada.
1959: Movimento Revolucionário 26 de julho chega ao poder.
6/04/1961: Desembarque da Baía dos Porcos.
01/05/1961: Fidel Castro declara o caráter socialista da revolução.
Abril de 1962: União Soviética reconhece o regime cubano como socialista.
12 a 25/10/1962: Crise dos mísseis.

Filmografia:
Cuba, dirigido por Richard Lester.
De volta para o presente, dirigido por Hugh Wilson.
Havana, dirigido por Sydney Pollack.
Treze Dias que Abalaram o Mundo, dirigido por Roger Donaldson.

Extraído (parte) do site: www.historia.uff.br

AddThis Social Bookmark Button